terça-feira, 22 de abril de 2008

III Encontro Regional da Modalidade Artística de Cordofones Tradicionais Madeirenses

“Vivemos numa sociedade do «descartável». É o que podemos chamar de arte para o momento ou música para o momento. A função duradoura é irrelevante e a presença da qualidade é, geralmente, inversamente proporcional à duração do uso” (Alcingstone de Oliveira Cunha).
Com clareza afirmo que o grau de importância de um evento com esta natureza na educação das crianças representa acima de tudo, uma relação diversa com um grau de produções musicais não apenas vinculadas ao seu ambiente sonoro, articulado a um ganho mútuo de um conjunto de valores morais e culturais associados à divulgação e valorização da Música Tradicional Madeirense.
Cada vez mais acredito no poder da arte e por consequência na Educação Artística. Como referiu (Kodály 1966: 206), “É nossa firme convicção que a Humanidade viverá mais feliz quando aprender a viver com a Música, condignamente. Quem quer que trabalhe para promover este fim, de uma maneira ou de outra, não terá vivido em vão”.
Penso que todos os intervenientes que passaram pelo palco do Fórum Machico no dia 11 de Abril de 2008 se revêem nesta citação anterior. Podemos afirmar que os Cordofones Tradicionais Madeirenses estão de boa saúde, sendo um exemplo claro os 366 alunos distribuídos pelos 16 grupos representativos dos vários ciclos.
Em relação ao evento supracitado, a diversidade musical foi uma realidade constante ao longo do tempo, bem como a qualidade do mesmo. Naturalmente, todos os grupos evidenciaram características próprias, ora associadas ao seu responsável ou ao seu local de origem.
Foi um evento fluido e agradável, face ao número de grupos participantes, mas acima de tudo um evento que proporcionou a todos aqueles jovens uma oportunidade única de se apresentar numa sala digna de grandes eventos, para uma plateia expectante, activa, perita na arte dos cordofones e com uma capacidade de crítica em relação a todo o trabalhado apresentado, tornando-se estes momentos excelentes instrumentos de autoavaliação a todo o trabalho desenvolvido por todos.
A todos os alunos envolvidos os mais sinceros parabéns; a todos os professores responsáveis uma palavra de apreço e de incentivo ao trabalho realizado. Os cordofones estão num bom caminho, mas a viagem é grande, pelo que temos que ter a consciência que podemos fazer mais e melhor, num processo lento e gradual. Não podemos esquecer que a “Música é acima de tudo uma forma de conhecimento; um conhecimento que não se transmite unicamente, mas que tem de ser vivenciado” (José Carlos Godinho, 1992:7).

Rodolfo Cró

5 comentários:

Manuel Spínola disse...

Quero dar os meus parabéns maias uma vez ao GCEA. e mais concretamente à equipa que organizou este evento.Foi fantástico, ver in loco os nossos artístas de palmo e meio. A semente está semeada. Em nome da Escola B + S de Machico, os nossos parabéns, e que sejam extensivos a todos os nossos colegas pelo excelente trabalho.

leandro disse...

Foi extremamente positiva e enriquecedora para mim e para os meus alunos, a participação neste III Encontro Regional de Cordofones.Tivemos oportunidade de aprender um pouco com todos os grupos presentes e ainda a possibilidade de mostrar a uma plateia conhecedora desta modalidade o trabalho que realizamos ao longo do ano, num palco "a sério". O palco que este evento merecia, já que primou pela qualidade de todos os grupos presentes. A nível organizativo, este III encontro regional da modalidade de cordofones não ficou atrás do nível qualítativo, já que o dínamismo imposto nas entradas e saidas de palco numa sala com mais de 300 alunos não poderia ter sido melhor.
Se os alunos já estavam motivados,mais ficaram depois desta incrivel experiência.
Parabéns ao GCEA e especialmente ao Professor Rodolfo Cró.
Espero que para o ano possamos ter sala cheia de novo.

Anônimo disse...

Foi muito positivo, estava muito bem organizado. Estão todos de parabéns, em especial o Professor Rodolfo pelo excelente trabalho. Foi muito enriquecedor quer para mim quer para os meus alunos participar neste Encontro.Estiveram todos muito bem.
Que estas estrelas continuem a brilhar muito, pois vão no caminho certo...

Anônimo disse...

Sou professora do 1º ciclo do E.Básico há 13 anos, lecciono o 4º ano de escolaridade, numa escola do concelho da Calheta.Tenho colaborado com os professores de música, por diversas vezes, em actividades realizadas pelo GCEA (Musicaeb,Cordofones...)e acompanhei os alunos da minha turma a este espectáculo. Aproveito para felicitar o GCEA e todos os seus membros por mais uma iniciativa em prol do desenvolvimento musical e artístico das crianças da nossa região. Congratulo todos os envolvidos neste evento pelo empenho e dedicação.Aproveito ainda este espaço para dar a minha opinião em relação ao que, em meu entender correu menos bem,como crítica construtiva para melhorar cada vez mais a qualidade das actividades do GCEA. Deste modo gostaria de frisar que nesta iniciativa deveriam ter actuado em primeiro lugar os alunos mais novos(1º ciclo)e depois os alunos do 2º e 3ºciclos,uma vez que os primeiros não têm tanta capacidade de concentração por longos períodos de tempo.Por outro lado,o espaço que nos foi destinado foi ocupado por outras pessoas(pais...) que foram assistir ao espectáculo, por isso não foi fácil"arrumar" um grupo de alunos(mais de trinta...)nas escadas até à hora de actuar, que por sinal, fomos os últimos.Além dessse incómodo, também acho que a intervenção do Sr.Prof. Carlos Gonçalves(penso que deveria ter sido feito no fim do especctáculo como forma de encerramento) a meio das actuações quebrou o titmo do espectáculo, o que gerou a partir desse momento algum ruído na sala e alguma falta de interesse dos espectadores, pois muitos deles começaram a levantar-se e sairam.Acho que o trabalho da professora e dos alunos do último grupo que actuou foi desvalorizado pelo ambiente gerado no final do espectáculo.Apesar de tudo isto gostei do espectáculo e todos os alunos participantes estão de parabéns...

Anônimo disse...

É de louvar a iniciativa do GCEA por mais um encontro de trocas de experiências. Como já foi a minha 3ª participação em eventos como este, penso que o local não foi o melhor. A falta de espaços individuais para a afinação, o facto de os alunos terem que ficar com o cordofone o tempo todo, a extensão do programa, contribuiu para um cansaço dos alunos, pois como foram os últimos a chegar á plateia, devido á falta de sanitários (só uma casa de banho), não tinham lugar para se sentarem, tiveram que ficar apertados e sentados nas escadas. Penso que para outro evento, a organização deveria ter em conta a idade dos alunos, 1º os mais pequenos, e 2º os maiores (2º e 3º Ciclos). Sugiro também a assistencia em rotação, uns a ver e outros na rua. Para concluir, tenho pena não poder fazer uma avaliação ao meu número, pois eram 40 crianças e não tinha som em cima do palco para poder dirigir.
carla jardim