sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Conferência Nacional de Educação Artística

Esta Conferência, realizada na Cidade do Porto de 29 a 31 de Outubro de 2007, foi, sem dúvida, um espaço privilegiado para o debate de ideias e apresentação de boas práticas que, em várias partes deste País, apesar das imensas dificuldades, algumas escolas e instituições estão a promover.

A minha razoável decepção é sobre a organização desta Conferência que, uma vez mais, privilegiou as comunicações “Teorias” em Plenário, relegando as “Boas Práticas” para os Painéis e as Mesas Redondas. Mais uma vez deu-se destaque às “teorias” apresentadas, eventualmente, por quem nunca as aplicou “no terreno”. Como disse, e muito bem, o Professor e Maestro Borges Coelho “deixemo-nos de palavras! É tempo de passar à acção”, o que eu subscrevo integralmente.

Apesar do Gabinete Coordenador de Educação Artística, da RAM, ter participado de forma activa nesta Conferência, com a apresentação de três comunicações, bem como na moderação de um dos painéis, lamentamos profundamente que não nos tenha sido proporcionada uma comunicação em plenário, dando conta das práticas que aqui se desenvolvem há 27 anos, cujos impactos, reais, ali fomos apresentar.

Pensamos que poucas (!!!) Regiões deste nosso País poderão apresentar estes mesmos impactos. Talvez por essa razão, não interessava à organização admitir este facto em plenário.

Agora resta-nos esperar as consequências desta Conferência e da aplicação das suas recomendações, caso contrário estaremos dentro de poucos anos, novamente, numa outra Conferência a discutir os mesmos assuntos, ou seja: “O sexo dos Anjos”!!!

Pela nossa parte, continuaremos firmes e confiantes a trilhar as nossas convicções, tentando cumprir a nossa visão estratégica:
- Afirmar-se como Serviço promotor da Cultura, através da Educação.
- Fomentar e aumentar a capacidade de trabalho de grupo.
- Atingir a excelência operativa.

cg

3 comentários:

Anônimo disse...

Felicito-os pela coragem de como saber continuar, mesmo depois de se esperar de uma conferência tudo aquilo que ela não nos soube oferecer, precisamente pelos tão incapazes que estão a gerir estas matérias.
Cumprimentos
Alice

CAEA disse...

Subscrevo, inteiramente, o exposto relativo à Conferência Nacional de Educação Artística.
Dos vários discursos realizados, ficou a ideia de que a Educação Artística é importante para a formação dos indivíduos, bem como para a sociedade em geral. Nisto, penso que estamos todos de acordo, no entanto, este discurso já está “gasto” e como diz o povo “de boas intenções está o inferno cheio”.
Como referiu o maestro José Luís Borges Coelho, na sessão de encerramento, que tão poética e sabiamente caracterizou o estado da Educação Artística em Portugal, “deixemo-nos de palavras! É tempo de passar à acção”. Aliás, é de todo legítimo perguntar, que medidas foram tomadas depois da Conferência Internacional de Educação Artística (Lisboa - 2006)? Que efeitos práticos teve o roteiro decorrente da dita Conferência? A resposta não é difícil de adivinhar. E desta Conferência, sairá mais um roteiro? Talvez...! Não sei! A ver vamos...! Mas se sair, que seja para identificar projectos que já estão no terreno e que por serem exemplos de sucesso, sejam uma referência para o todo Nacional, sabendo que não há receitas e que o caminho se faz caminhando.

NS

Rodolfo Cró disse...

Eu, pela experiência prática que tive no ano lectivo transacto em dar aulas de música em duas escolas da região de Setúbal, devo dizer que de facto as pessoas responsáveis pelas boas práticas artísticas de Portugal Continental continuam, como muito bem foi dito, a discutir "O Sexo dos Anjos". Ainda não percebi o que estão à espera para seguir como exemplo o trabalho do Gabinete Coordenador de Educação Artística. É reconhecido lá!! A teoria é importante e fundamental para contextualizar assuntos em questão bem como fundamentar um trabalho realizado, mas não se pode ficar só por aí. Outra coisa que me admira é a inexistência da Associação Portuguesa de Educação Musical neste contexto, ou seja, como órgão representativo, com a importância que têm nalguns pareceres no ministério da educação, como foi exemplo no desenvolvimento e na elaboração do programa das actividades de enriquecimento curricular a desenvolver nas escolas do 1º ciclo. Parece que apenas limita-se a ver passar a banda. Não se percebe. Em relação ao Gabinete é seguir o seu trabalho que muito bem tem vindo a fazer ao longo destes 27 anos.